sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Um erro? Uma experiência?


Como diria Oscar Wilde, "experiência é simplesmente o nome que os homens dão aos seus erros". Incrível como as pessoas buscam pôr nome em tudo. Pensar, sentir e/ou fazer as mesmas coisas acaba sendo óbvio demais. O excêntrico e o novo muitas vezes encanta!
Os erros são experiências velhas. Porque não pensar o inimaginável, sentir o que ainda não tem nome ou fazer o improvável? A liberdade de imaginar o que talvez possamos ter ou ver acontecer, ao sentir aquelas emoções que nunca serão expressas ou nomeadas através de palavras doces ou salgadas; fazer o que muitos não experimentaram ou caminhar em lugares que nunca foram explorados. Não é pecado. Instiga a curiosidade, espírito e corpo. É novo, alternativo, diferente. Isso pra mim é experiência.
É difícil determinar o que é certo e errado, feio e bonito, bom e ruim. Tudo vai depender do referencial, que neste caso está em cada um de nós. Cada um pensa, vê e sente de uma forma.
A palavra erro é caracterizada por algo que não foi feito, sentido ou pensado de forma correta. Por vezes, o que foi feito, sentido ou pensado de forma correta acaba sendo um erro também. Tudo vai depender do referencial. Um erro pode levar alegrias para uns, decepções para outros e experiência para ambas as partes.
A experiência é algo sublime. São ações (boas ou ruins) que achamos válidas lembrar podendo mais tarde torná-las empreendimentos para a vida. Toda experiência deve ser considerada como um ensaio para a melhoria, onde analisamos formas qualitativas: bom ou ruim, construtivo ou destrutivo...
Nem todas as experiências provêm dos erros que cometemos.
Erro, leitura, viagem, paixão, ação. Experiência, reação.
A palavra ação não tem limites. Pode ser muita coisa ou coisa nenhuma.
Acho que aqueles exercícios de auto-análise ajuda a moldar os maiores e melhores críticos dos próprios atos. Uns conseguem tirar proveito dos erros cometidos/assistidos, outros já não conseguem administrar tão bem sua ações. Creio que a maior demonstração de ignorância do ser humano é não reconhecer seus próprios erros e tentar converte-los em boas experiências.

Por Iânua Brito

sábado, 21 de janeiro de 2012

Cultivando flores



Penso que o amor, a confiança, o afeto e tantos outros sentimentos sem nome, vêm do cultivo, do cuidado. Isso me lembra uma lenda chinesa, onde todos os dias uma senhora ia pegar água num rio muito longe de sua casa, e sempre saia com dois vasos. Todos os dias ela chegava em sua casa com um vaso cheio e o outro quase vazio. Um dia, ao fazer seu trajeto rotineiro, ela começou a prestar atenção no caminho até o rio. De um lado seco, não nascia nenhum tipo de vegetal, já do outro lado, muitas flores. E ela se deu conta, que todos os dias aquele vaso rachado servia para regar as flores do caminho por onde ela passava.


Se todos os dias cultivarmos o carinho, o amor, sem distinção, todo aquele cuidado e atenção um dia poderá nos trazer flores. Se não cultivamos sentimentos bons, abrimos espaço no solo para as ervas daninhas que nascem nos lugares mais improváveis sem que tenha se quer jogado uma gota d’água sobre a terra.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

No limite...




Cansada. Saturada. Cheia. Repleta. Com saudade de pessoas queridas que moram ou que estão longe...ai a distração toma conta. Com pouco tempo e com a demanda me consumindo. Amigos, família, trabalho....

Quero um dia com mais de 24h! =P


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Toque Dela



Galera, vale a pena conferir o segundo CD solo de Marcelo Camelo, "Toque Dela". O album contem 10 faixas autorais e inéditas...recomendo!!!

Faixas do CD:
1. A Noite
2. ô ô
3. Tudo Que Você Quiser
4. Acostumar
5. Três Dias
6. Pra Te Acalmar
7. Vermelho
8. Pretinha
9. Despedida
10. Meu Amor é teu

=D

Ordem e Caos



Sábado. Nem muito cedo, nem muito tarde. Nem muito frio, nem muito quente. Dia com cara de preguiça. E ela vai pisando em tudo que vê pela frente...roupa, papel, tudo. Quem pára para observar tem a idéia de que ela sofre em busca de um lugar vago pra por mais bugigangas. Abre armário, fecha armário, abre caixa – muitas caixas – fecha caixa. Tira bolsa, cinto, chapéu, cartas, bichinhos de pelúcia...mais bugigangas. A cama ainda desarrumada enche-se de miscelâneas.

Deparou-se no meio de uma bagunça, por mais que diga que sua bagunça é organizada, ela acaba não encontrando o que quer, mas termina achando o que estava perdido. Aquela sensação de satisfação por ter achado aquele bem não é mais o mesmo, pois não lhe tem mais a mesma serventia, não é mais importante, mas ela guarda do mesmo jeito. Isso não é o problema. O problema todo é achar que não há espaço para nada. Não há espaço nas prateleiras, nas divisórias do armário, mesmo daqueles armários imensos que cobre uma parede, com 9 gavetas, 4 portas, 6 divisórias no maleiro e de quebra uma sapateira com 24 lugares. Ai vem a idéia: preciso de um armário maior! ...TAQUIPARIU!!!!

Livrar-se do que não mais lhe serve, faz parte de qualquer arrumação/renovação. E quando ela jogava certas coisas fora, ela sabia que não iriam mais voltar. Por isso ela se permitia viver na bagunça. Livrar-se do que não mais lhe servia era uma tarefa árdua. Mas ela estava presa às suas memórias e temia a idéia de um dia esquecê-las, ou de ser esquecida. E levava com ela o argumento de que toda aquela bagunça não era exatamente uma bagunça, podia ser para os outros, mas para ela era um grande baú de lembranças. Era na bagunça que ela conseguia organizar as lembranças mais reticentes. Fotos, diários confidenciais, cartas, presentinhos... Ordem a partir do caos. Acho que isso é comum de se vê.

[Ô, conheço uma pessoa que “coleciona” etiquetas de roupas em latinhas de biscoito. Fico me perguntando o que leva uma pessoa a querer colecionar etiquetas? Deve ser por achar o colorido bonito ou gostar do design e tem pena de descartar. Vai entender, é cada mania estranha.]

Ela esperava sair da bagunça sem ter que arrumá-la. Ela estava de frente a uma coleção/organização de lembranças em forma de cacarecos. E todo mundo, assim como ela, deve reorganizar a bagunça do pensamento e do espaço. Eu penso que nossa memória é nosso quarto, nosso ambiente íntimo. Ora arrumado, ora bagunçado. E ela tinha consciência disso, mas não tinha coragem de fazer. Foi ai que ela se levantou. Começou a descartar objetos. A se desprender de cartas dos ex, dos bichos de pelúcia que só preenchia o “pouco” espaço que havia naquelas caixas imensas que ocupavam a maioria de suas prateleiras. Começou a arrumar tudo, reuniu seus apetrechos sem serventia, separou suas roupas meio remendadas, livrou-se das coisas velhas.

Ela percebia o surgimento de espaços nas caixas, nas prateleiras, na sapateira, no maleiro e na memória. E ela se deu conta de que existiam lembranças que nunca deveriam ter saído das prateleiras, e sim esquecidas lá, pois assim evitaria a transformação de seu quarto/cabeça em um caos.

Por Iânua Brito


segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

De toda mesa!




Fruto.
Grão.
Semente.
Bar.
Confeitaria.
Ao torrar, ouve-se o barulhinho de grãos deslizando sobre tachos imensos. A ligeireza e desenvoltura do aroma ao percorrer o caminho do olfato permitem cogitar o grão responsável pelo tão estimulante cheirinho de manhã. Retira as melhores lembranças de nossas memórias, anunciando a saudade de outras manhãs. Bebida imparcial. Há quem ache rubro, há quem ache negro. Não importa se é frio ou calor, o importante mesmo é aquele sabor inigualável. Servido em qualquer ambiente. Combustível que dinamiza os motores de repartições públicas. E dono dessa velha desculpa:


“ – Você está sumido...vamos marcar algo, nem que seja para tomar um cafezinho!”


Melhor instrumento para caracterizar o estreitamento de amizades, de encontros, de reuniões. Serve até de inspiração literária. Há quem diga que a confiança de uma amizade é como o café. Uma vez requentado, o gosto não volta a ser o mesmo. E não é que faz sentido mesmo?

Velha especiaria de grande valor cultural. O café é famoso e tem grande influência em todo esse mundão. Antes, o negro escravo, depois, o negro grão. Grão que fez nascer economias, amizades, novas línguas e culturas. E o que o Brasil fez? Ora, fez muita coisa! Ensinou o café a falar português!

Por Iânua Coeli

domingo, 8 de janeiro de 2012

Intensidade!!!



Esses últimos dias, que não foram só meus, tanto tanto consegui resumir em uma única palavra: INTENSIDADE!!!


Da intensidade conheço-lhe o sabor. Das mãos que se unem . Das bocas em fogo. Do calor dos dias. Da invernia nos ossos. Dos desejos e ensejos. Dos vendavais no templo. A mensurabilidade do nomeado é vínculo do querer. Da vontade indómita. Da impressão expressa. Da destreza da ação. Do sabor retirado e da memória que resiste. Para além do tempo e do espaço. Fica a recordação imutável de momentos. Bons e maus. A qualquer gênero se aplica. Há de perdurar aquilo que na intensidade superou o expectável. E volta em lembrança sem denotado querer. Ao abrir dos olhos ainda a luz nas pálpebras cerradas ganha forma de pequeno sol. Ao adormecer. Ao dobrar a esquina. Por serem os sentidos a matriz das estórias dignas da vida. Salta na mente e o corpo sente num tombo faiscado de ternura ou temor. É na intensidade que se alonga o feito ou desfeito. É na intensidade que se sente a pulsação do coração forte e sadia mesmo sabendo que nada é pra sempre. É aí o que o amargo ou o mel se fixam  no ser. Uma noite sem glória. Um dia sem gente. De repente à tona vem à memória aquela estória que carimbou a mente.
E o que se faz depois? Não se faz, espera acontecer naturalmente, espera os convites surgirem, guarde todo esse sentimento bom e não crie expectativas de nada que você ainda não tenha feito ou tenha visto, neste caso, o futuro.


Muito Feliz! =D

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Uma reflexão sobre Dieta, Obesidade e Cultura


Trecho de uma dissertação minha...achei legal postar! Espero que gostem! =)



O porquê deste entrelaço de palavras chamou a atenção para o óbvio. Há uma relação direta entre as três palavras formadoras do tema em questão, e a partir dessas surgem outras palavras chaves importantíssimas para entender melhor o contexto.
A princípio, o papel da Biomedicina no tratamento de patologias. Esse poder de explicar é o papel fundamental da ciência, e temos como exemplo o estudo sobre a anatomia humana a partir da necropsia ou exame cadavérico. Exames esses que reforça ainda mais a ascensão da medicina, que durante o período das guerras, os corpos eram usados para análise e estudo, a fim de determinar a causa e modo de morte e avaliar qualquer doença ou ferimento.
Mas essa sede de saber não está atrelada só à ciência da saúde. Outro ponto crucial é a Cultura como forma de compreender as causas de certas patologias, pois não seria fácil explicar só através da Biomedicina como a obesidade foi construída.
Hoje, nem todos os alimentos saudáveis podem ser vistos na mesa da população de baixa renda. Muitos acham que para se ter saúde, sua refeição deve conter alimentos lights, diets, 0% de gordura, massas integrais. Há uma contradição nesses aspectos, se pararmos pra discutir com o olhar clínico e crítico do nutricionista ou de qualquer outra área que esteja situada neste campo. O ramo da produção alimentar cria alimentos livres de gordura, de açúcar, ricos em fibra, porém poliindustrializados, cheios de química e de conservantes – esses são os alimentos saudáveis da modernidade. Para os menos situados no assunto, esses produtos é uma forma de salvá-los da “gordurinha extra” ou “quilinhos extras”, como a maioria gosta de citar no cotidiano.
Falando sobre a mega produção de alimentos pelas multinacionais, induzir ao consumo de alguns produtos simplesmente por termos mais facilidade de acesso a eles do que a outros é que faz muitos preferirem alimentos industrializados. Alimentos prontos como biscoitos recheados, macarrão japonês (miojo), refeições prontas e congeladas ricas em gorduras trans, são muito mais fáceis de serem adquiridos por todas as classes e fazem com que a população se acomode em não fazer comida. Já o preparo de uma refeição rica em legumes e verduras, ou até mesmo um suco natural, é, certamente, mais difícil e demorado do que uma sopinha pronta de sache ou então um suco de caixinha do sabor que preferir prontinho nas prateleiras de qualquer mercado.
Isso ajuda e muito no aumento da obesidade. E na hora do tratamento? Será que todos os obesos assumem ser realmente obesos? Ou simplesmente “gordinhos” ou “fortes” por comerem um pouco além (muito além) do que é estipulado? No artigo de Fischler, sobre obeso benigno e maligno, ele aponta que muitos obesos são caracterizados a partir da profissão, é o exemplo de pessoas obesas que trabalham em lugares que exigem força braçal (construção civil é o exemplo mais comum) e são considerados “fortes”. Muitos não gostam de ser chamados de obesos, porque obesidade é doença, e ser “gordinho” não. Mas até mesmo os que são chamados de “gordinhos” sofrem no dia-a-dia. O estigma é uma das piores armas usadas para discriminar socialmente o obeso: é criticado, visto como relaxado, depressivo e alguém que não tem amor próprio.
E a Biomedicina? Como explicaria a causa e construção (surgimento) da obesidade? Será que a ciência conseguiria explicar sem falar da cultura, para assim compreendermos melhor todo o contexto da doença?
Segundo Michel Foucault, no livro O Nascimento da Clínica, diz que “o conhecimento das doenças é a bússola do medico; O sucesso da cura depende de um exato conhecimento da doença”. Para que esse exato conhecimento chegue ao profissional, é preciso estar atrelado ao contexto social e cultural do paciente (sujeito). A cultura está no contexto do sujeito e a clínica precisa estar situada nesse contexto para entender a causa e conseguir a cura.
É certo dizer que pessoas obesas sofrem de uma explicação excessiva da biomedicina, mas compreender o contexto de como o paciente adquiriu a doença, buscar a causa também através da cultura é o ponto fundamental para a redução da obesidade (...)

Por Iânua Brito




Meu Espelho Interior





Comecei 2012 rindo para o espelho. A cada dia tenho me reiventado mais, e aquele amor próprio que há um tempo atrás levava pouco, hoje eu tenho aos montes. Hoje sou melhor amiga do meu espelho, de bem comigo e no que vejo nele. Vejo paz em mim a cada vez que acordo, apesar dos tapas de decepção em minha cara.

"...sou força
há trégua
me olho com o coração
sou benevolente comigo
meus poros sorriem
minha alma brinca
meu corpo dança
e eu digo sim."

(Nanda Rizzo)