Trecho de uma dissertação minha...achei legal postar! Espero que gostem! =)
O porquê deste entrelaço de
palavras chamou a atenção para o óbvio. Há uma relação direta entre as três
palavras formadoras do tema em questão, e a partir dessas surgem outras
palavras chaves importantíssimas para entender melhor o contexto.
A princípio, o papel da
Biomedicina no tratamento de patologias. Esse poder de explicar é o
papel fundamental da ciência, e temos como exemplo o estudo sobre a anatomia
humana a partir da necropsia ou exame cadavérico. Exames esses que reforça
ainda mais a ascensão da medicina, que durante o período das guerras, os corpos
eram usados para análise e estudo, a fim de determinar a causa e modo de morte e avaliar qualquer doença ou ferimento.
Mas essa sede de saber não está atrelada só à ciência da saúde. Outro
ponto crucial é a Cultura como forma de compreender as causas de certas
patologias, pois não seria fácil explicar só através da Biomedicina como a
obesidade foi construída.
Hoje, nem
todos os alimentos saudáveis podem ser vistos na mesa da população de baixa
renda. Muitos acham que para se ter saúde, sua refeição deve conter alimentos lights,
diets, 0% de gordura, massas integrais. Há uma contradição nesses
aspectos, se pararmos pra discutir com o olhar clínico e crítico do
nutricionista ou de qualquer outra área que esteja situada neste campo. O ramo
da produção alimentar cria alimentos livres de gordura, de açúcar, ricos em
fibra, porém poliindustrializados, cheios de química e de conservantes – esses
são os alimentos saudáveis da modernidade. Para os menos situados no assunto,
esses produtos é uma forma de salvá-los da “gordurinha extra” ou “quilinhos
extras”, como a maioria gosta de citar no cotidiano.
Falando sobre a mega
produção de alimentos pelas multinacionais, induzir ao consumo de alguns
produtos simplesmente por termos mais facilidade de acesso a eles do que a
outros é que faz muitos preferirem alimentos industrializados. Alimentos
prontos como biscoitos recheados, macarrão japonês (miojo), refeições prontas e
congeladas ricas em gorduras trans, são muito mais fáceis de serem adquiridos
por todas as classes e fazem com que a população se acomode em não fazer
comida. Já o preparo de uma refeição rica em legumes e verduras, ou até mesmo
um suco natural, é, certamente, mais difícil e demorado do que uma
sopinha pronta de sache ou então um suco de caixinha do sabor que preferir
prontinho nas prateleiras de qualquer mercado.
Isso ajuda e muito no aumento da
obesidade. E na hora do tratamento? Será que todos os obesos assumem ser
realmente obesos? Ou simplesmente “gordinhos” ou “fortes” por comerem um pouco
além (muito além) do que é estipulado? No artigo de Fischler, sobre obeso benigno
e maligno, ele aponta que muitos obesos são caracterizados a partir da
profissão, é o exemplo de pessoas obesas que trabalham em lugares que exigem
força braçal (construção civil é o exemplo mais comum) e são considerados
“fortes”. Muitos não gostam de ser chamados de obesos, porque obesidade é
doença, e ser “gordinho” não. Mas até mesmo os que são chamados de “gordinhos”
sofrem no dia-a-dia. O estigma é uma das piores armas usadas para discriminar
socialmente o obeso: é criticado, visto como relaxado, depressivo e alguém que
não tem amor próprio.
E a Biomedicina? Como explicaria
a causa e construção (surgimento) da obesidade? Será que a ciência conseguiria
explicar sem falar da cultura, para assim compreendermos melhor todo o contexto
da doença?
Segundo Michel Foucault, no livro
O Nascimento da Clínica, diz que “o conhecimento das doenças é a
bússola do medico; O
sucesso da cura depende de um exato conhecimento da doença”. Para que esse
exato conhecimento chegue ao profissional, é preciso estar atrelado ao contexto
social e cultural do paciente (sujeito). A cultura está no contexto do sujeito
e a clínica precisa estar situada nesse contexto para entender a causa e
conseguir a cura.
É certo dizer que pessoas obesas
sofrem de uma explicação excessiva da biomedicina, mas compreender o contexto
de como o paciente adquiriu a doença, buscar a causa também através da cultura
é o ponto fundamental para a redução da obesidade (...)
Por Iânua Brito
Ianua,
ResponderExcluirGOSTEI MUITO DO CONTEÚDO DA POSTAGEM DO SEU BLOG. ELE REVELA QUE O SEU CURSO DE NUTRIÇÃO TEM SIDO PROVEITOSO PARA V. E UM SINAL EVIDENTE QUE LHE FARÁ UMA GRANDE PROFISSIONAL NESSA CIÊNCIA. CONTINUI ESTUDANDO SERIAMENTE PARA TIRAR O SEU CURSO O MAIS RÁPIDO POSSIVEL, POIS TEMPO VALE OURO.GOSTARIA DE LHE PEDIR A INSERÇÃO NO SEU BLOG DE REFLEXÕES CRISTÃS. AVANTE! SUCESSO!